O cotidiano e o ponto final

Cinco da manhã. O fim da noite da mula.
Abrem-se seus olhos. Nenhuma sorte de qualquer sorte.
O ar gelado esquenta. A umidade dificulta a cura.
O Sangue. O sujo. A corpulenta presença da morte.

A escuridão se vai. O céu pende em lágrimas.
As gotas frias caem. Seus olhos às tomam como exemplo.
Panelas. Torneiras. Portas. A quebra do silêncio.
No sonho a mula era livre. Mas...

Lá vinham as moscas. Lá vinha o senhor.
Trazendo os sacos. Batatas. Batatas. Batatas. Batatas.
O peso do horror. Chibata. Chibata. Chibata. Chibata.
O dia. Ardor. Calor. Dor.

Os cascos por fim sangram. A pele caída dobra.
A mula se mostra verídica. Seu senhor a amarra na porta.
Mescla-se ao leito. Ao resto de grama. À água do esgoto. À sobra.
Por fim volta a sonhar liberta. Com sua imagem caída morta.

cjcl

Manifesto Biocêntrico

O Biocentrismo é um movimento filosófico que vislumbra a consciência humana da igualdade semântica entre os seres diante da vida como uma entidade maior, extrapolando as lógicas egoístas da nossa raça. Ataca o pensamento antropocêntrico, visto como o grande suporte filosófico, no qual se basearam milhares de seres “humanos” que, por interesses próprios, contribuíram com a situação lastimável atual do planeta, onde ainda habitamos, bem como, proporcionaram a “anti-vida” traduzida pelo sofrimento, falta de liberdade e direitos de milhares de outros seres, também habitantes deste mesmo planeta.
O biocentrismo age para que um dia a nossa raça olhe para o passado envergonhada por compartilhar de idéias e sentimentos tão antagônicos. Que o antropocentrismo seja, de fato, uma filosofia Ignota e ultrapassada, bem como, o comportamento especista, a fim de que um dia possamos ser, de fato, Humanos; como o são todas as outras espécies do planeta Terra.

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